Eu quero que a Secretaria de Educação do Estado seja parceira forte das EFAS (escolas famílias agrícolas). Sempre vem a dúvida: – com que dinheiro? Economize. Priorize. Porque o Ensino Médio Rural é importante e necessita de investimento. É para fazer esta escolha. Basta não comprar o que não é essencial e importante e investir nestas escolas. Dinheiro tem sim, é só uma questão de escolha. Há lei proposta por mim de se pagar por aluno a importância de R$ 300,00 (trezentos reais) por mês. O que o custo mais barato de um aluno para o Estado. Nem se compara aos preços das escolas particulares. Com este dinheiro passado regularmente, a escola contrata seus professores e técnicos necessários, a gosto, pelo regime CLT.
Em geral o Ensino Médio (EM) rural pega carona nas escolas dos municípios, em alguma salas vagas e quando não as têm, estes alunos são alojados em ambientes completamente inadequados. Eu já vi jovens rurais estudante em galpão de curral. O modelo atual está falido completamente.
Em Rondônia o que desponta como inovador é o modelo das EFAS, porque são escolas das comunidades rurais, com professores arrumados por eles, geralmente pais, mães, amigos, ou professores cedidos. Conhecidas como escolas de alternância, o aluno estuda e trabalha por 15 dias seguidos, retorna para a casa, coloca em prática o que aprendeu. Vem outra turma. E vai se alternando. As despesas são, em maioria, assumidas pelos pais dos alunos, que levam sacas de arroz, carne, óleo, feijão, as comunidades fazem, e com raros convênios de municípios e estados. As EFAS são escolas práticas, baratas, simples, sem luxo nenhum. Mas, funcionam muito bem.
O currículo é diferente e ajustado à realidade e necessidade da região e o aluno conclui o ensino médio sendo um excelente profissional, inclusive, como técnico em agroecologia, que é o forte das EFAS. Vejo que a saída para o EM rural é o modelo de alternância. Ao Estado cabe ser parceiro forte delas, sem interferir em nada do seu modelo criado, que é de origem francesa e entrou no Brasil pelo Estado do Espírito Santo. Hoje, o modelo está esparramado por todos os Estados da federação.
Qual o papel do Estado? Simplesmente seguir o modelo americano “Charter Schools”, pagar um valor fixo por aluno e incentivar que todos os alunos rurais estudem numa EFA. O Instituto Abaitará (IA) segue este rumo, que é do Estado, mas, que ainda tem um número reduzido de alunos. Espero que nos próximos cinco a dez anos, o IA possa ter cerca de 2 000 alunos. Vi na Bahia, no Baixo Sul, em 16 municípios um modelo semelhante e fantástico, com um nome diferente, mas, quase igual. Os alunos com avançado modelo de estudo, cooperativismo e trabalho.
O Estado não deve indicar diretores das EFAS. De maneira nenhuma. O seu papel é de apoio e incentivo, e ficar longe, deixando que o modelo de alternância se ajuste de acordo com as necessidades dos filhos de agricultores e da realidade do mercado. Além do mais, estes jovens seguem suas vidas normalmente, podendo arrumar empregos em suas áreas, voltar para as terras dos seus pais e tocarem projetos econômicos na agricultura familiar ou extensiva como bem desejarem. Ou seguirem com seus estudos nas faculdades. O mundo precisa de choque ambiental e as EFAS ensinam tudo sobre meio ambiente e sustentabilidade social e econômica.
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