Senador Confúcio questiona as diretrizes e programas prioritários da educação apresentadas pelo Ministro Abraham Weintraub

Senador Confúcio questiona as diretrizes e programas prioritários da educação apresentadas pelo Ministro Abraham Weintraub

“Eu não estou aqui para fazer oposição ao Presidente da República. Eu não estou aqui para atrapalhar o Brasil, eu estou aqui para ajudar o Brasil”, declarou o senador Confúcio Moura (MDB-RO) em plenário na quinta-feira (9), ao questionar a efetividade das diretrizes e programas prioritários da educação apresentadas pelo Ministro da pasta, Abraham Weintraub na audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal na última terça-feira (7).

O parlamentar disse que o Ministro da Educação apresentou à CE por quase uma hora, o diagnóstico da educação brasileira, situação que já é de conhecimento de todos. Quanto às diretrizes e programas, Weintraub não deixou claro como será implantado ou desenvolvido, a exemplo do foco na educação básica e o aprimoramento do financiamento.

“Todos nós sabemos que é preciso focalizar na educação básica mesmo. Mas eu quero saber como vai ser esse foco na educação básica? Como é que vai melhorar a escola, já que a educação básica é municipal”, arguiu Confúcio ao afirmar que é o Prefeito que cuida. “Eu quero saber o seguinte: o que o Ministério vai fazer para as crianças pequenas aprenderem a ler, aprenderem a escrever, aprenderem a entender? ”, criticou.

Confúcio contrapôs também sobre o MEC ser o indutor da política de educação, conforme foi colocado pelo ministro Weintraub. “A palavra indutor, para mim, não ficou clara. O que é indutor da educação? Vai induzir o quê? Vai fazer o quê, para ir ao município de Cabixi, em Rondônia, na fronteira com a Bolívia? Ele vai induzir como a escola municipal do distrito? Como ele vai levar essa indução daqui para lá, já que a competência é municipal? ”,

O senador elogiou a meta da construção de um sistema educacional nacional orientado pelo mérito e para o mérito, que, segundo ele é bom e funciona na empresa privada, mas precisa ser esclarecido pelo ministro de como funcionará na prática, nas escolas municipais e estaduais. “Concordo com a proposta, mas há que haver uma carreira de mérito adequada. Quais são os planos de carreiras do magistério consolidados, com perspectiva de tempo e de conhecimento efetivamente feitos no Brasil? ”, questionou.

Moura defendeu a federalização dos professores como uma das mais importantes formas de valorizar o profissional, transferindo para a União a responsabilidade sobre a educação básica. Para o parlamentar, o governo federal deveria pagar o salário de professores que atuam nas redes de ensino municipais, “semelhante ao programa Mais Médicos”, sugeriu.

A falta de interesse por grande parte da juventude brasileira pelo ensino médio foi uma das preocupações apontada pelo senador. Segundo ele, os jovens de 14 a 17 anos desistem do ensino médio porque, para eles, não traz nenhum resultado prático, como aprendizado técnico ou perspectivas de um emprego. “ Brasil espera muito do Governo Bolsonaro. Espera muito do novo Ministro da Educação. Ele pode contar com o Congresso Nacional, mas tem que traduzir essas palavras para um linguajar prático e fazer a coisa acontecer”, pontuou Moura.

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