Dia três de fevereiro (sábado passado) fui visitar o assentamento Madre Cristina, aqui bem perto de Ariquemes. Faz esquina com a RO 357 (Machadinho) com o travessão que vai para Rio Crespo. Bem antes, ali era a fazenda de cacau chamada Tupi.
Logo na entrada vê-se num mastro bem alto, a bandeira vermelha do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e todo mundo ali tem o seu pensamento doutrinário, bem engajados e conscientes de suas propostas. São organizados, sabem fazer uma pauta de reivindicação bem feita, tem disciplina hierárquica, com líder escolhido por tempo determinado.
São rigorosos com os princípios da agricultura familiar, a educação com base na pedagogia da terra e que os professores sejam da própria comunidade. Grande parte das 35 famílias trabalham com produção de alimentos orgânicos, uso de sementes convencionais, preservam nascentes e mantém os princípios da agroecologia.
Tem várias nascentes no assentamento, alguns lotes sem água, roça de cacau bem antiga, baixa produtividade, precisando de clonagem, fartura de alimentos. Planejam a construção de um centro de cultura e arte para visitação, um restaurante com alimentos produzidos ali mesmo e edificação de três agroindústrias.
O assentamento precisa de apoio técnico e tudo ali é bem ritualístico e há uma hierarquia bem definida, e foi assim, com as naturais ressalvas que a Zonália (foto) foi discorrendo sobre suas necessidades, que não tinha delegação do presidente da associação, mas, que comunicaria a ele o que foi dito. Todos são discípulos de Ana Maria Primavesi, sobre a técnicas de preservação do solo através dos plantios consorciados, além da bandeira permanente do movimento pela reforma agrária plena em nosso país. Onde a terra seja um bem e um direito de todos aqueles que queiras nela trabalhar. Seguem o calendário lunar.
São 35 famílias no assentamento. Na casa da Zonália Neris, presenças de Aparecida, Valdir, Maria Estélia, Lucimar Monteiro – estavam me esperando juntamente com a Mary Braganhol e Evandro Evandro Leite (secretário de Agricultura do município de Ariquemes).
Prepararam uma mesa com pupunha cozida, bolo de puba, café com açúcar mascavo, pamonha, batata doce cozida, chocolate caseiro com açúcar mascavo e chocolate artesanal amargo. A reforma agrária bem organizada e em terra fértil como no assentamento Madre Cristina é prova incontestável que dá certo, desde que os assentados sejam apoiados com crédito e assistência técnica, pelo menos por cinco anos seguidos.
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