Fui trabalhar no sábado.
E como meu trabalho é ao lado do cemitério,
Fiquei alguns minutos a olhar o futuro de todos nós.
Vejo sepulturas novas, velhas, e durante alguns dias venho observando como são esquecidas durante o ano.
Também…..Temos que trabalhar, amar, viver, não é?
Mas, la no fundo, debaixo das mangueiras, vejo uma avó e um neto a lavar uma sepultura.
Imagino ser do marido-avô.
Que amor é esse que sobrevive à morte?
Será que terei alguém com saudade,
Que possa vir lavar minha tumba num sábado?
Devemos viver e amar nossas famílias, fazer a diferença na vida das pessoas.
Beijar, abraçar, sorrir.
Dizer coisas boas aos nossos.
E, talvez, alguém venha lavar nossas sepulturas.
Cuidemos do nosso templo que é o corpo.
Com saúde fazemos tudo.
O amor a tudo resiste,
O amor a tudo salva,
O amor é incondicional,
O amor não se pede, é dado de graça.
O amor sobrevive à morte…..
George Braga, PVH 21.07.18