O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 39

O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 39

Mês onze vai terminando. Vieram as eleições municipais. As mais importantes do país. Campanha é campanha, principalmente as nossas por aqui. O candidato precisa fazer barulho. Bater de porta em porta. Fazer zoeira nas esquinas. Agitar bandeirolas.

E, modernamente, se jogar nas redes sociais, de qualquer jeito. Porque redes sociais é mundo novo. Doido. Têm as reuniões, passar para o eleitor a emoção. O aperto de mão. As carreatas, caminhadas, comícios raros, mas, se discursa na rua, que nem maluco.

Campanha o candidato perde a vergonha. Lembro de mim mesmo, discursando a ermo, no meio da rua, em cima de caminhão de som. Alice, esposa, sempre avessa a estes movimentos, ouvia de longe, chegava até se esconder de tanta vergonha. E eu não tinha este sentimento.

A pandemia no meio deste movimento todo. Esqueceram máscaras. Ou ficaram no queixo. Isolamento não houve. Até mesmo lavar as mãos durante o tresloucamento, nada. Deu no que deu. O aumento de casos da COVID-19. É a nossa segunda onda, que há de nos torturar muito mais ainda.

Sei lá, se haverá necessidade de prorrogação de decreto de calamidade? E mais endividamento do nosso país, para proteger grande parte do nosso povo, que empobrecido, falta o essencial, que é o arroz com feijão.

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