Dia 18 passado uma audiência muito especial. Fiz uma rodada de conversa com os índios rondonienses. Ficamos todo mundo como se tivesse numa aldeia. Sentei-me ao lado da uma jovem índia Uru Eu. Outra bela suruí, fiha do Almir com Neidinha, com iphone de ultima geração, sempre dedilhando. 
Veio gente da Funai e das coordenações indígenas. Os índios sabem o que querem. E querem ficar nas aldeias. Nenhum deles quer sair de lá. E agora, devido a escassez de comida no mato, Não dá mais para levar a vida como os ancestrais antes de Cabral. Querem produzir comida nas roças e criar peixes nos tanques. Os índios querem escolas boas. Regular assistência à saúde, casa própria em programa oficial, acessos por estradas trafegáveis.
Não vi nada demais nisto tudo. Coloquei meu governo à disposição deles. Sei que a pressão das cidades é bem maior e permanente. Que termina levando o bolo do recurso do governo. Mas, bem que merecem ficar à frente, porque estão esperando o Estado há 500 anos. E todo mundo sabe que o Estado é lerdo. Todo mundo sabe que o Estado não valoriza o índio. Todo mundo sabe que o homem dito civilizado quer tomar a terra do índio. Todo mundo pensa que índio não precisa estudar porque mora no meio do mato. Todo mundo acha o índio interessante para mostrar um outro tipo de homem que gosta de mato. Todo mundo acha índio preguiçoso. Mas, ninguém sabe que índio preserva floresta e rio. Que índio não desmata sem necessidade. Que índio viveu dos produtos das florestas, dos rios e dos bichos do mato. E pouca gente sabe que temos índios dentro de nós. Brasileiro que é brasileiro tem sangue de índio nas veias. A gente acha índio selvagem. No entanto, esquecemos que somos milhares de vezes mais ignorantes, mais violentos, mais selvagens do que eles, menos solidários do que os índios. Amei os meus Urus. Meus vizinhos Urus. Tejubi tem uma letra linda. Índio quer falar o seu tupi, a escola bilingue e viver com dignidade e paz.
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