Um olhar de baixo sobre a cidade de Porto Velho tem-se a impressão de ser uma cidade sem árvores. Daí se pensar que o calorão é por causa de ser uma cidade pelada de vegetação. Quando se olha de cima, como olho do nono andar do Palácio Rio Madeira, toda impressão muda. Do alto se percebe que há excelente arborização. Que mistério é este? De baixo pouco se vê e do alto uma cidade bem arborizada?
O segredo está nos quintais. As famílias plantaram muitas árvores. É bonito de se ver o entremeio de ruas negras e amarronzadas pelo pavimento e calçadas e pequenos bosques dos fundos das casas. Uma coisa compensou a outra. Mas, a cidade não está ainda completa, porque todos os terrenos baldios também poderiam neles se plantar arvores frutíferas para esta e outras gerações aproveitarem. E contribuírem ainda mais para o paisagismo. Às frentes das casas duas árvores de sombra e flores embelezariam ainda mais. Os canteiros centrais decorados com árvores de estilo. Brasília é conhecida como a cidade dos ipês, roxos, amarelos e brancos e outros de mestiças cores. É uma disputa pelas mais belas composições florais para as fotografias e as belas imagens postais.
O homem é terrivelmente demolidor do paisagismo natural. E por isto paga caro por tudo e pelo atrevimento. Despela as cabeceiras dos igarapés, os costados das grotas e os bosques naturais. Há uma tendência maluca pelas invasões destas áreas. Mais tarde, ouve nos noticiários os estragos dos desmoronamentos de encostas e morros, com mortes e muitos prejuízos. A natureza é sábia. E tudo é feito com uma lógica do equilíbrio.
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